A Doença de Alzheimer é uma das principais causas de demência em idosos, afetando milhões de pessoas ao redor do mundo. Caracterizada pelo declínio progressivo das funções cognitivas, a doença tem um impacto devastador na qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares, além de sobrecarregar consideravelmente os sistemas de saúde pública [1]. A ausência de cura e a limitação dos tratamentos farmacológicos existentes tornam a prevenção uma estratégia fundamental. Nesse contexto, a atividade física tem ganhado destaque como uma intervenção promissora para a prevenção do Alzheimer, oferecendo benefícios significativos para a saúde cerebral e o envelhecimento saudável [2]. Estudos recentes indicam que a prática regular de exercícios físicos não apenas reduz o risco de desenvolvimento da doença, como também pode retardar sua progressão em estágios iniciais [3]. Este artigo aborda em profundidade como a atividade física contribui para a prevenção da Doença de Alzheimer, utilizando exclusivamente informações baseadas em uma revisão abrangente dos artigos científicos disponíveis. 2. O Que é a Doença de Alzheimer? A Doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracteriza-se pela perda progressiva de memória, dificuldades na resolução de problemas e comprometimento da capacidade de realizar atividades diárias [2]. O declínio cognitivo é resultante do acúmulo anormal de placas de β-amiloide e de emaranhados neurofibrilares de tau no cérebro, que levam à disfunção e morte dos neurônios [3]. Esses processos patológicos começam muitos anos antes do surgimento dos sintomas clínicos, o que reforça a necessidade de intervenções preventivas precoces. Fatores de risco bem estabelecidos incluem idade avançada, predisposição genética (como a presença do alelo APOE-ε4) e estilos de vida sedentários [4]. A proteína beta-amiloide, que está envolvida na formação das placas amiloides, é um dos principais alvos de estudo, sendo essencial para compreender a patogênese da doença e desenvolver estratégias terapêuticas [5]. A_detailed_illustration_of6 3. Atividade Física vs. Exercício Físico Atividade Física: O Que É? A atividade física envolve qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulte em gasto energético, sendo fundamental para manter a saúde física e mental ao longo do envelhecimento. Ela inclui atividades cotidianas, como caminhar, dançar, realizar tarefas domésticas e qualquer outro movimento que ajude a combater o sedentarismo e promover o bem-estar. Estudos mostram que mesmo atividades simples do dia a dia têm um impacto positivo na saúde cognitiva, especialmente em idosos, contribuindo para a prevenção do Alzheimer ao melhorar a circulação sanguínea, a oxigenação do cérebro e reduzir o estresse oxidativo [6]. Exercício Físico: O que é? O exercício físico, por outro lado, é uma subcategoria da atividade física que é planejada, estruturada e repetitiva, com o objetivo de melhorar ou manter a saúde física e mental [7]. Estudos apontam que o exercício regular é essencial não apenas para o condicionamento físico, mas também para a saúde cerebral, contribuindo diretamente para a neuroplasticidade e a neurogênese [8]. Exercícios como corrida, natação e musculação, por exemplo, têm sido associados ao aumento dos níveis de fatores neurotróficos, como o BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro), que são fundamentais para o crescimento e manutenção dos neurônios [9]. Além disso, exercícios físicos regulares ajudam a reduzir a inflamação sistêmica e o estresse oxidativo, fatores diretamente relacionados ao declínio cognitivo e ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer [10]. Estudos recentes destacam que indivíduos que realizam exercícios físicos de maneira consistente apresentam uma menor taxa de declínio cognitivo em comparação com indivíduos sedentários [11]. 4. Como o Exercício Físico Protege o Cérebro? Aumento do Fluxo Sanguíneo Cerebral A atividade física regular desempenha um papel crucial no aumento do fluxo sanguíneo cerebral, promovendo uma maior oferta de oxigênio e nutrientes essenciais para a manutenção da saúde neuronal. Esse aumento no fluxo sanguíneo resulta em uma melhor perfusão de áreas-chave do cérebro, incluindo o hipocampo, responsável pela memória e aprendizado. Estudos mostram que esse aumento do fluxo sanguíneo está diretamente associado à melhora da capacidade cognitiva, mesmo em populações com maior risco de desenvolver Alzheimer. Além disso, evidências sugerem que o exercício físico regular ajuda a preservar a integridade da substância branca, reduzindo o impacto da desmielinização associada ao envelhecimento e ao Alzheimer, o que contribui para a melhora da conectividade entre diferentes regiões cerebrais [9]. Neuroplasticidade e Neurogênese A neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de reorganizar-se, formando novas conexões sinápticas ao longo da vida, o que é crucial para a adaptação a novas informações e estímulos. O exercício físico regular é uma intervenção poderosa para estimular a neuroplasticidade, promovendo o crescimento e a proliferação de novos neurônios, particularmente no hipocampo, uma área crítica para a memória e o aprendizado. Estudos sugerem que o aumento dos níveis de fatores neurotróficos, como o BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro), é um dos mecanismos subjacentes que explicam esse efeito. A neurogênese induzida pelo exercício ajuda a melhorar a cognição, aumentar a resiliência do cérebro e retardar a perda das funções cognitivas em pacientes com Alzheimer. Além disso, a prática de atividades físicas regulares tem mostrado efeitos positivos na modulação das redes sinápticas, contribuindo para a plasticidade funcional e estrutural, o que é fundamental para combater o declínio cognitivo [10]. Redução do Estresse Oxidativo e Inflamação O estresse oxidativo e a inflamação crônica são fatores cruciais que contribuem significativamente para o desenvolvimento e progressão da Doença de Alzheimer. Esses processos prejudicam a função neuronal e aceleram a degeneração do tecido cerebral. A prática regular de exercício físico tem demonstrado reduzir substancialmente os níveis de marcadores inflamatórios, como a proteína C-reativa e citocinas pró-inflamatórias, além de aumentar a capacidade antioxidante endógena do organismo, como a atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD) e catalase. Essas adaptações promovem uma proteção eficaz contra os danos oxidativos que afetam o sistema nervoso, ajudando a preservar a integridade estrutural e funcional dos neurônios. Estudos indicam que a redução da inflamação sistêmica, aliada ao aumento da defesa antioxidante, é um dos mecanismos mais importantes pelos quais o exercício físico protege contra o declínio cognitivo associado ao Alzheimer [11]. 5. O Que as Pesquisas